Pe. Antonio Miglio, Ivone Lisboa da Silva e Diocese de Floresta-PE-Brasil: Referência Mundial em Desenvolvimento Integrado Sustentável
A Diocese de Floresta, frente à realidade de miséria e à falta de oportunidade de emprego em que se encontra a região, a partir da Palavra de Deus, que nos pede para atender às necessidades mais urgentes dos irmãos com gestos concretos, quis mostrar que é possível se livrar da miséria e da violência em que é mergulhado o território todo.
No lugar de espalhar neste imenso território pequenos projetos que beneficiariam poucas famílias, a Diocese decidiu de aplicar os poucos recursos em atividades que poderiam modificar o perfil sócio econômico de toda a região.
Foi Assim que Tudo Começou: Padre Antonio Miglio e Membros da Primeira Associação Sendo Treinados Pelo Prof. Aecio D’Silva – A Semente do Desenvolvimento Integrado Sustentável Sendo Semeada
Em agosto de 2002 a Diocese de Floresta promoveu um projeto de piscicultura. A atividade, que ocupa rapazes e moças do município de Jatobá organizados em associação, está tendo resultados além das expectativas e tornou-se um ponto de referência para as associações que pretendem começar a piscicultura em Pernambuco e no Nordeste em geral.
Em 2005 mais três associações tiveram o apoio da Diocese de Floresta. Já passaram pela capacitação em associativismo e estão em plena produção. Isso foi possível em virtude da devolução do empréstimo da primeira associação, de algumas pequenas contribuições e de um empréstimo contraído pela diocese. Desde junho de 2006 mais uma associação no Sítio Mari – Jatobá está sendo acompanhada pela diocese de Floresta.
Em 2007 formamos também uma associação formada na sua maioria por mulheres.
A experiência que adquirimos nestes anos de trabalho social nos permitiu traçar alguns critérios que nos parecem indispensável para alcançar os resultados esperados:
• Educar para uma economia solidária e participativa.
• Formar associações com um número de associados que permita seguir cada fase da atividade da associação.
• Só os associados trabalharem nas associações e não contratar trabalhadores
• Dimensionar a capacidade de produção de cada associação de forma que os associados possam cuidar da atividade produtiva sem sobrecargas de trabalho.
• Garantir uma rentabilidade digna para cada associado, de no mínimo, dois salários mínimos por mês.
• Orientar as associações a definir em conjunto estratégias de produção e de venda, melhorando os resultados para todos.
• Os bens imóveis e móveis são de propriedade da associação e todos os associados participam da divisão dos lucros em partes iguais
• Valorizar a tecnologia e a qualidade da produção para que as associações possam enfrentar o mercado sem ajuda ou proteção alguma.
• A atividade seja ecologicamente sustentável e integrada com a comunidade local
• Direcionar estes projetos prevalentemente à:
1) População mais jovem, inclusive mulheres,
2) Moradores locais
3) Pessoas sem perspectiva de renda
Atualmente Ivone Lisboa da Silva e Pe. Antonio Miglio estão orientando seis associações de piscicultura em Jatobá. Cada associação é formada por doze associados, a atual produção é de 15.000 quilos de tilápia. A renda mensal de cada associado é de dois a quatro salários mínimos.
Tudo isso foi possível graças ao apoio financeiro da diocese de Floresta e da valiosa orientação técnica Dr. Aécio d´Silva Ph.D. em aqüicultura, que nos treinou, motivou e assistiu presencialmente nos primeiros meses e atualmente pela internet.
Cada associação cria as tilápias em 65 tanques rede de 14 m³ no município de Jatobá-PE nas águas da represa de Moxotó.
Nós precisamos trabalhar um desenvolvimento que seja sustentável, ou seja, que não agrida o meio ambiente, que ajude a fazer inclusão social distribuindo renda e melhorando a qualidade de vida das pessoas. Até porque precisamos do rio São Francisco com água de qualidade por muitos e muitos anos, precisamos da natureza, das plantas, dos animais e do meio ambiente para podermos viver dignamente. Porque é como diz a campanha da fraternidade deste ano para que a saúde se difunda sobre a terra, o meio ambiente precisa esta sadio.
Que beleza quando li esta matéria. Estou desenvolvendo um artigo científico sobre gestão de conflitos e é exatamente sobre como a associação Santo Antonio de Jatobá trabalha para tratar os conflitos que podem surgir.
Queria saber mais sobre: como é feita a coleta da água para saber o PH e de quanto e quanto tempo a análise é feita?
Quais são as técnicas usadas para o manejo dos peixes?
Qual é metodologia adota para a troca de saberes?
Aguardo resposta
Pe. Orlando Azevedo